janeiro 2009


Amarante

Depois de uma trip aos trancos e barrancos pelos pubs undergroud dos EUA, chega neste mês, no Brasil, a banda Little Joy. Formada pelo ex-futuro-hermano (Amarante), Moretti (Strokes) e Binki Shapiro (esposa de Moretti). Todos os músicois são multi-instrumentistas e fazem uma brincadeira organizada em cima do palco. Despois de excursionarem pela terra do tio sam tocando pra poucas dezenas de pessoas, e , no mês passado, com uma turnê melhor produzida ao redor da europa, a banda de dupla nacionalidade chega ao Brasil. Mas por aqui o Little Joy chega com pompa de grande atração.

Os ingressos das duas aprentações em São Paulo se esgotaram em poucos dias, e haverá uma apresentação extra da banda na capital paulista.

O disco tem uma levada despretenciosa e natural. Esse é um daqueles disco que acompanha algum momento feliz, ou torna um momento mais feliz. Os slides da guitarra de Brand New Start, ou o reggae de No One´s Better Sake, ou a própia baladinha com um violão de cordas de nylon de Play the Part, fizeram que o disco oscilasse em melodias e sentimentos, passando por uma viagem de emoções que começa com The Next Time Around e termina com Evaporar.

Para quem não conhece o albúm, vale a pena pegar uma carona e curtir cada música.

O caminho que pecorro toda manha até o trabalho, hoje teve um gosto inédito. Durante o percurso ouvi no Ipod uma banda que eu costumava a ouvir no fim do anos 90, na minha adolescência: Semisonic. Aquela mistura de Britpop com o pop americano trazia a doce nostalgia de quem, na época, começava a descobrir o valor da música como uma expressão daquilo que não sabia dizer.

Segue o clipe do segundo single do Semisonic:

Mais Damien Rice:

“This is a song about getting up in the morning and falling down the stairs on your way into the kitchen. And going into the kitchen with a really sore ankle. And taking some food out for breakfast and realizing that the yougurt has got fungus on the top. Then you decide, ok, I’ll just have some fruit. The fruit’s not particularly satisfying, because you’re looking for something a bit more comfortable. There’s a tin of beans, but you’re just not inspired. You go out, to go down to the shops.

You had a piece of an apple, but it had been sitting for too long so it wasn’t particularly nice. So you get in the car and go down to the shops. You get in the car and on your way to the shops to pick up some stuff, and on your way to the shops you realize you forgot to bring money. You go back to the house, and by the time you get back to the house you’re dizzy from being so hungry. You start getting really pissed off. Your mother calls, and its not the conversation you wanted to have right at that moment in time.

You decide you’re going to stay in and you’re not going to eat anything because you’re just fucked off. So you call a friend later on that day and she says “come on over to the house. Just get on the bus, and come on over to the house”. So you get on the bus, go to your friends house. She says “what’s up with you?” “I don’t fuckin know, I’m just pissed off” And she’s one of these people that it doesn’t matter that you cursed at your mother earlier in the day or it doesn’t matter if you’re a dick, she just accepts you and likes you for who you are. At this point you’re looking for anything to give you a bit of solace. And your friend says “hey look, why don’t you stay the night here tonight? My bed is by a big massive window, you can just stare out at the stars.” And for a moment, the guy in you goes “cool”. And she continues talking, in mid sentence you had this thought and she says “yeah I’ll stay up by my sister tonight.”

Anyways, so she tells you to look at the stars and just ask them for a sign, you know, she says “when you’re really down, just ask them for a sign”. Ever so mildy hippy, this girl. And so I remember lying there and kind of going “ok, goodnight” she closed the door. Waited a few minutes, looked at the stars. Everything went quiet. Spent a bit of time with myself. Felt a little bit better. Then decided to go to plan B, and started looking at the stars and said “Ok stars, give us a sign”.

And right at that moment where I said “common, just do something” there’s a shooting star and I thought, “Fuck…cool!” but then I got cynical straight away. And I looked up and I said “Look, I’ve seen a fucking shooting star before, I want you to impress me tonight, I want you to show me something to really believe in”. I don’t know what happened, but something happened. I don’t think I’d been drinking or, you know, under the influence of anything, but something very strange happened and the next day I wrote this song.”

É, concordo também. Capitu foi fantastico,  a atuação dos atores também, produção, direção, etc…

Como esse é um blog de música, até o momento, não posso deixar de engrossar o coro dos felizes e falar da música tema da micro-série da Globo:  Elephant Gun.

Delicadamente doce,  de uma banda, que no primeiro momento achei estranha e descompassada. Uma amiga me apresentou o disco e demorei bastante para gostar. Mas após acompanhar as cenas do desconfiado Dom Casmurro, me convencia que aquela sonidade meio folk e meioleste europeu, era muito mais do que o meu ouvido preconceituoso estava preparando para entender.

De fato, o único motivo deste post existir, é que em todas as redes sociais da internet existem milhares de referências à essa música. Mas, de qualquer forma, a homenagem é merecida.

Um dos compositores mais importante na atualidade, na minha opinião, irá tocar no brasil no fim deste mês: Damien Rice. Ele irá realizar o primeiro show em São Paulo, no dia 30 de janeiro, e , no dia 1º de fevereiro, em Florianópolis.

Em 2007, tive a oportunidade de ir ao show deste gênio. Muita musicalidade e despretensão fizeram todos que estavam na platéia ficarem impressionados com a forma de se apresentar: simplismente única. Improvisos, conversas e piadas, tudo fluia de acordo com felling do artista.

Todo o improviso da música dele reflete nos albúns que ele lançou. Damien Rice já colocou no mercado varios albúns com 4 ou 5 músicas, e shows gravados. Muitas dessas músicas estão na ponta da lígua dos fãs, mesmo que, oficialmente, o Damien Rice só tenha dois LPs (Long Play) . Essa música abaixo foi apenas lançada no álbum B side

Abaixo segue uma entrevista de Rice, onde explica um pouco sobre o seu processo de compor e de se apresentar.

Fone

Eu não vou continuar a mentir e nem protelar mais o meu pedido de desculpas. Sim, eu sou um gigolô das músicas. O pior de tudo isso, é que sou um daqueles dos mais desprezíveis. Fui anti-ético e sem moral alguma.

Tudo começou com a popularização do computador. Sempre fui a pessoa que ganhava um albúm e o ouvia por um bom tempo e por inteiro. Isso foi mudando aos poucos, principalmente, a partir do momento que fui hipnotizado pelo Napster. Há nove anos a internet não era lá essas coisas, começando por aquele modem de conexão via telefone de 56/kbps.

O Napster, pelo menos para mim, o percusor do compartilhamento de arquivos de áudio, me dava a possibilidade de “baixar” os arquivos de música que eu desejasse. A limitação da grande rede era muita na época, principalmente para nós brasileiros, então eu “puxava” para o meu computador algumas músicas isoladas de cada artista. Naquela época (isso pareceu outra era, talvez a cenozóica), era quase impossível pegar o disco inteiro para o meu computador, demoraria dias e resultaria num bom castigo por causa da conta telefônica.

Pegando uma música dali e outra daqui, acabou virando vício e assim me adaptei: me tornando neste gigolô que sou hoje. Até ontem, no meu ipod tinha duas mil canções: aproximadamente cento e cinquenta albuns. Apesar de tantas músicas eu só escustava trinta por cento delas. Era realmente um gigolô das músicas, só usava as que eu mais gostava e desprezava as outras. Por muitos anos abusei das minhas canções preferidas, fingindo que não existia outras tantas músicas esperando para serem ouvidas.

Cheguei ao fundo do poço no momento que criei o meu playlist. Sim, eu fui capaz de fazer isso. Não adianta mais eu fingir que nada fiz, é a hora da verdade. Nessa minha lista de musica eu selecionei as prediletas, as únicas; só elas ecoavam pelos fones de ouvido do mp3 player.

Estupidez minha. Deixei de conhecer durante muitos anos o lado B de mim mesmo, das própias músicas que escolhi. Não aprofundei no conhecimento daquilo que selecionei como música boa. Alguns podem dizer que não preciso ser radical assim, mas não dá pra negar, ainda sinto uma enorme vontade de voltar às músicas que olho de maneira especial.

Para resolver isso eu deletei minhas músicas e junto com elas as playlists, enchi o ipod dos diversos discos interessantes que tinham no meu computador. Outra atitude ortodoxa que tomei foi de só ouvir música no modo shuffle, misturando todas as músicas que estão neste tocador de música portátil.

Querendo ou não já está decidido. Daqui pra frente não vou mais ouvir umas poucas músicas que escolho, mas em favor da democracia, todas que estiverem no meu ipod vão ter espaços nos fones de ouvido – que passam boas horas por dia em meus ouvidos.

O último disco do Luis Melodia, Estação Melodia, é ótimo. Se possível, deixa ele no repeat, porque vale a pena ouvir várias vezes. Não diga nem sobre tortura que falei isso pra você, negarei até o fim. Afinal, não sou mais o “gigolô das músicas”.

d^^b Esse texto foi escrito ao som de Maria Rita, Damien Rice, Dave Matthews band, Tom Jobim, Mundo Livre S/A, Amy Winehouse, Paz e Mel e Dudu Nobre